Possivelmente a partir do séc. XVII no Porto.
O Porto sempre foi uma cidade que viveu do comércio e do seu porto. Já no séc. XVIII o bacalhau era um dos principais produtos comercializados na cidade, especialmente por ingleses. Estes ingleses também estariam envolvidos desde cedo na comercialização e exportação de vinho do Porto e, com estes dois produtos a serem frequentemente transportados em conjunto, surgiu naturalmente uma receita que usava ambos. Terá sido neste contexto que nasceu esta combinação invulgar, que une dois dos maiores tesouros da gastronomia portuguesa.
Existem várias versões com ligeiras diferenças desta receita, sendo esta uma das mais conhecidas.
Corta-se o bacalhau demolhado em filetes, tirando no processo toda a pele e as espinhas. Os filetes são passados em farinha e fritos em azeite. Nesse azeite junta-se tomate esmagado sem semente e sem pele, alhos esmagados, salsa picada, cogumelos escalopados e um cálice de vinho do Porto. A mistura é cozida em lume brando durante quinze minutos, enquanto se tempera a gosto com sal e pimenta. Os filetes são, depois, colocados numa travessa e regados com molho de tomate. Antes de ir ao forno, salpica-se com pão ralado. Fica no forno durante 15 minutos.
Este prato é acompanhado de batatas cozidas cortadas às rodelas, passadas por ovo e fritas em azeite.
Guedes, F. (2001). As 100 maneiras de cozinhar Bacalhau e outros peixes. Publicações Dom Quixote
Ferrão, J.E.M.; Abreu, M.E.C.; Pinho, F.A.R.; Abreu, L.C. (1984) Tesouros da Cozinha Tradicional Portuguesa. Seleções do Reader’s Digest.
Cardoso, A.B. (2008). Os mercados do vinho do Porto e o sal português (1704-1747). A Articulação do sal português aos circuitos mundiais – antigos e novos consumos. Porto: Instituto de História Moderna – Universidade do Porto, p. 45-54.